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Outros Estilos
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Brooklyn Rock (Up Rocking): criado por dançarinos (Rockers), Rubber Band e Apache, entre 67 e 69, no bairro do Brooklyn, na cidade de Nova York (Estados Unidos), como movimentos de disputa2.

Boogaloo: também criado por Boogaloo Sam na mesma época, ao observar o andador de um homem velho pela rua e seu movimento. Caracteriza-se por movimentos circulares do quadril.

Freestyle (estilo livre): originado em meados de 80 na chamada Golden Age (Era de Ouro). Tal nome se deve ao fato de esse estilo/modalidade de dança ser baseada em toda a forma de Social Dance ou Street Dance. Trata-se da modalidade mais freqüente na mídia hoje, em Videoclipes de música Rap, R&B e Pop (filme Honey de 2003). Não é dançada somente no acento rítmico da batida, mas também nas convenções vocais e instrumentais da música.


O Street Dance no Brasil

De acordo com Alves (2004), os responsáveis pela "importação" do Street Dance ao Brasil trouxeram-no dos EUA, lá aprendiam a dançar em pistas de grandes casas noturnas, nos bairros de maior concentração de brasileiros. Nelson Triunfo, entre 70 e 80, leva a dança, do meio mais abastado, ao resto do país. Triunfo devolve o Break à rua, seu lugar de origem. Parte para o interior da Bahia, onde se torna estrela, aos quinze anos, de seus Bailes Soul. Depois em Brasília (hoje grande centro do Hip Hop nacional) e ainda para São Paulo, em 1976, onde forma o Grupo Black Soul Brothers.

A chamada cultura Hip Hop caracteriza-se como um veículo de informação de questões raciais, sociais e políticas, debates que estiveram sempre presentes na história do povo que a originou (TRIUNFO, 2000).

Triunfo, outros pioneiros do Hip Hop e o produtor Milton Salles, por volta de 90, fundam o movimento Hip Hop organizado, chamado Mh20 (VIANNA, 1997).

Já para Rocha et al (2001) a conscientização da cultura negra no Brasil foi iniciada por Gerson King Combo e seus companheiros, embalando com o Soul e o Funk os jovens do Rio de Janeiro, com consciência da carga socialmente cultural que o Hip Hop trazia. Nelson Triunfo e seus companheiros, em São Paulo, antecipavam a visão do que o Hip Hop pregaria tempos depois, pois dançavam por diversão e busca da auto-estima.

Conforme o Brasil descobria videoclipes, como os de Michael Jackson, e filmes, como "Flashdance", ou ainda, a partir do momento em que a sociedade absorveu a nova informação pelos canais oficiais, ou pela mídia de massa, suas barreiras e preconceitos perante a cultura e a dança diminuíram (ROCHA et al, 2001).

Com tal explosão, a cultura sai dos guetos para o mundo e invade aulas de dança acadêmicas, aulas de ginásticas em academias conceituadas e o mercado fonográfico, através de suas músicas (LOPES, 1999; ROCHA et al, 2001).

Como lembra Gonzaga (2000), vários profissionais, então, passam a se utilizar dessa nova forma de expressão e trabalho físico, trazem diversos estilos de aulas às academias como, Cardio-jazz, Cardiofunk, Low Funk, Street Dance, Funk-fitnees, Hip Hop, dentre outros nomes dados às aulas3 derivadas desse movimento da cultura negra - o Hip Hop.

Rocha et al (2001) nota que, nas escolas, os quatro elementos passaram a ser muito utilizados em aulas de Língua Portuguesa (letras de músicas Rap), em aulas de Artes (o Graffiti) e em aulas de dança (o Street Dance). Exemplifica com a passagem da dona de casa Simone, mãe de três filhas que dançam numa escola da Grande São Paulo. Simone, inicialmente, diz não ter gostado, mas mudou sua opinião depois que percebeu a importância que tinha na vida das garotas. Da mesma forma, B.Boys e B.Girls, que trabalhavam em escolas da periferia de São Paulo, conseguiram se aproximar de questões de difícil acesso aos educadores convencionais. Em vez de violência, estabeleciam-se competições saudáveis, como os chamados "rachas", e as crianças tidas como problemáticas, sublimando seus problemas familiares e sociais, melhoraram seu comportamento (ROCHA et al, 2001).

Desse modo verifica-se o quanto o Street Dance pode contribuir nas Universidades e na Educação Física através de conteúdos referentes à dança e da educação pela proximidade e interação com o público.

Pela imensa aceitação atual do Street Dance nos meios educacionais, esportistas, midiático e de entretenimento, os futuros professores universitários vinculados a essa dança carregam um elemento de grande potencial, conteúdo e valia. Daí a importância do estudo dos mesmos.


Considerações finais

Constatou-se que referenciais bibliográficos brasileiros referentes ao assunto são escassos, bem como, notou-se uma diferença contrastante de opiniões no que se refere ao surgimento da dança referida. Rocha et al (2001) descreve a dança como uma espécie de protesto contra a guerra do Vietnã e, Ejara (2004) discorda ao colocar tal descrição como um falso patriotismo americano; outra discordância nota-se entre Alves (2004) e Rocha et al (2001) quanto aos verdadeiros precursores da "cultura Hip Hop" no Brasil.

O presente estudo reuniu informações importantes no que diz respeito à chamada cultura e/ou movimento Hip Hop, embora a definição do que seja o Street Dance não esteja clara ainda, tão pouco única. O autor que mais especifica sua definição parece ser Ejara (2004), por apresentar clareza e domínio na descrição do Street Dance como um conjunto de estilos/modalidades, definindo-os com precisão.

Concluiu-se que, ao pesquisar e defrontar diversas formas de descrição e definições, desenvolvimento e utilização do Street Dance, a dança é bastante recente e encontra-se em processo de constituição; também demonstra-se ser de interesse de muitos envolvidos no assunto e ainda constitui fato histórico não visto de maneira concordante com relação a seu surgimento e criação, por diversos autores.

Nota-se a freqüente aparição na mídia e a influência no meio social tanto em que surgiu quanto no Brasil. Sua história é rica de informações; porém inconclusa. O quadro geral mostra o quanto ainda se deve estudar e questionar e o quanto tal estudo apresenta potencial de pesquisas na área de Educação, Educação Física, História e Artes, além de trabalhos de cunho social.